Appel à communication

Chamada de submissão

MUSSI est un réseau scientifique créé à l’initiative de chercheurs en sciences de l’information-documentation du Brésil et de France. Il s’est donné pour objectif de développer et de croiser des recherches conduites dans les deux pays sur les Médiations et Usages Sociaux des Savoirs et de l'Information. Résultat des échanges établis entre chercheurs et institutions des deux pays, initiées en 2004, il a pour ambition de renforcer et d’élargir les collaborations. Afin de constituer des espaces de débat prenant en compte les aspects culturels, sociaux, éducatifs, scientifiques et économiques différenciés des deux pays partenaires et de les confronter avec des travaux de chercheurs d’autres pays, il organise des colloques et des journées scientifiques internationaux.

La thématique du colloque 2018 a été définie lors de la journée scientifique De la médiation des savoirs : science de l’information-documentation et mémoires qui s’est déroulée à l’Université de Toulouse en 2016.

MUSSI 2018, quatrième colloque international du réseau, se déroulera à l’Université de Lille SHS (France). Il portera sur la place de la mémoire dans la construction documentaire. Ce colloque souhaite explorer les approches contemporaines de la mémoire en relation avec la médiation des savoirs. Nous éclairerons les enjeux documentaires des traces mémorielles en examinant :

  • les mutations des lieux de savoir dans l’organisation et la médiation des savoirs,
  • les nouvelles pratiques de mise en mémoire et les formes documentaires à visée mémorielle,
  • l’usage des technologies dans le processus de médiation des savoirs.

Les propositions sont attendues autour de quatre axes :

  • L’assise scientifique de l’information-documentation repose sur des lieux de culture et de mémoire tels que les archives, les bibliothèques et les musées. De tels lieux nécessitent la mise en place de dispositifs d’organisation des savoirs, des mises en espace, des temporalités, des réécritures qui évoluent avec le numérique. Comment ces lieux évoluent-ils ? De quels projets et de quels enjeux sont-ils porteurs ? Quelles transformations véhicule le numérique dans la perception des lieux et quels nouveaux lieux fabrique-t-il ? Cet axe s’intéressera aussi à la question de la mise en mémoire de ces lieux lors de leurs transformations.
  • La question de l’évitement de la perte et de l’oubli suppose l’existence de gestes, de dispositifs, de représentations qui rendent possible la mise en mémoire. Nous souhaitons orienter ce questionnement sur la nécessité de représenter des objets, des événements, des manifestations des émotions, des interactions, des écrits de réseaux, bref des « choses » éphémères ou évolutives, dans le contexte d’organisations et d’activités professionnelles (la conservation des témoignages, des données de la recherche, l’archivage d’activités, le records management, ou d’autres). Le colloque abordera ainsi la question de la transformation en traces documentaires d’objets de recherche éphémères ou immatériels. Le colloque traitera également la question des différentes formes d’éditorialisation, destinées notamment à valoriser les archives, institutionnelles ou individuelles, à des fins différentes et des contextes variés (communautés scientifiques, grand-public…). Nous souhaitons enfin accueillir dans cet axe des réflexions épistémologiques sur ce que font ces modalités de fabrication documentaires aux objets qu’elles documentent et à notre rapport aux savoirs. On explorera aussi plus largement la production de telles formes documentaires de substitution dans l’activité sociale (mémoire de groupes sociaux, ethnies...).
  • Un troisième axe porte sur l’usage des technologies dans un contexte de médiation où la finalité n’est pas nécessairement de produire des connaissances expertes. Cet usage se décline en effet aujourd’hui très largement dans le cadre de procédures ordinaires de production de savoirs (pratiques de crowdsourcing dans les bibliothèques par exemple). Le travail de collecte d’éléments, de leur sélection, de leur organisation, de leur classement, de leur référencement, les opérations d’archivage, de construction de bases de données, s’inscrivent très largement dans nos pratiques quotidiennes grâce en particulier aux technologues du web sémantique et du web de données. Face à la simplification et à l’automatisation de gestes initialement dévolues à des disciplines intellectuelles, de nombreux acteurs ou collectifs peuvent s’emparer de missions habituellement dévolues aux institutions traditionnelles de la mise en mémoire (archive, bibliothèque, musée). Quels sont ces acteurs qui désormais trouvent une place dans le grand tri de ce qui fait mémoire ? Quels sont les outils qui ouvrent la possibilité de devenir éditeur de mémoire ?

Il s’agira de proposer des approches épistémologiques ou méthodologiques innovantes, des travaux empiriques fondés sur des études de terrain. Les recherches présentées s’attacheront particulièrement à analyser les dimensions sociales, culturelles et historiques, ces dernières étant encore peu étudiées.

 

Chamada de submissão

A Rede Mussi é uma rede científica criada pela iniciativa de pesquisadores em Ciência da Informação do Brasil e da França. A Rede tem como objetivo desenvolver e interrelacionar as pesquisas realizadas nos dois países sobre Mediações e Usos Sociais dos Saberes e da Informação. Resultado de trocas estabelecidas entre pesquisadores e instituições, iniciadas em 2004, a Rede tem como missão reforçar e expandir as colaborações mútuas. No intuito de constituir um espaço de debates tendo em conta os aspectos culturais, sociais, educacionais, científicos e econômicos diferenciados dos países parceiros e de colocar em debate as investigações científicas dos pesquisadores do Brasil e da França, a Rede organiza colóquios e jornadas científicas internacionais.

A temática do Colóquio Mussi 2018 foi definida na jornada científica nomeada Da mediação dos saberes: ciência da informação e memórias, ocorrida na Universidade de Toulouse, em 2016.

O Colóquio MUSSI 2018, 4o colóquio internacional da Rede, será realizado na Universidade de Lille SHS (França). O evento evidenciará a memória no contexto da construção documentária. Este colóquio procura explorar as abordagens contemporâneas da memória em relação à mediação dos saberes. Neste sentido, a Rede Mussi iluminará as questões documentárias e seus aspectos relativos à memória, debatendo:

  • as mutações dos lugares do conhecimento no contexto da organização e da mediação dos saberes;
  • as novas práticas de registro da memória e as formas documentárias orientadas para fins de memória;
  • o uso das tecnologias no processo de mediação dos saberes.

As propostas de comunicação devem seguir um dos três eixos abaixo:

  • A preocupação científica da informação recai sobre os lugres de cultura e de memória, como arquivos, bibliotecas e museus. Tais lugares dependem da criação de dispositivos de organização do conhecimento, da compreensão das espacialidades e das temporalidades, dos modos de evolução da escrita que se transformam no contexto digitial. Como se desenvolvem esses lugares? Quais projetos e quais questões estão evidenciados em suas perspectivas atuais? Quais transformações o mundo digital provoca na percepção sobre os lugares e quais novos lugares tais transformações digitais fabricam? Este eixo se concentrará na questão da memória desses lugares na perspectiva de suas transformações.
  • A questão do apagamento e do esquecimento supõe a existência de gestos, dispositivos, representações que tornam possível a construção da memória. A Rede Mussi procura colocar em debate a necessidade de representar os objetos, os eventos, a manifestação das emoções, das interações, da escrita em rede, dos artefatos efêmeros ou provisórios no contexto das organizações e das atividades profissionais (como a preservação de depoimentos, de dados da pequisa, de atividades de arquivamento e gerenciamento de recursos). O Colóquio Mussi 2018 abordará, assim, a questão da transformação dos objetos efêmeros ou imateriais a partir do contexto documentário. O evento tratará igualmente da questão da valorização dos arquivos, institucionais ou pessoais, para diferentes fins e em diferentes contextos (como comunidades científicas e o público em geral). Por fim, o eixo pretende discutir as reflexões epistemológicas sobre os métodos de construção documentária em sua relação com os objetos que documentam e sobre nossa relação (o olhar dos sujeitos) com o conhecimento documentado. Será ainda explorada a produção de formas alternativas de atividade social (por exemplo, a memória dos grupos sociais dos grupos étnicos).
  • Um terceiro eixo centra-se no uso das tecnologias no contexto de mediação onde o objetivo não é necessariamente a produção de um conhecimento especializado. O foco está no âmbito dos processos comuns de produção do conhecimento (como práticas de crowdsourcing em bibliotecas). Integram esse eixo as práticas de formação e de desenvolvimento de coleções, sua seleção, sua organização, sua classificação, sua indexação, seu armazenamento, a construção de bases de dados e outras práticas similares, potencializadas em particular pelas tecnologias no contexto da web semântica e do linked data. Diante da flexibilização e da informatização de gestes inicialmente desenvolvidos em disciplinas intelectuais, muitos atores ou coletivos podem realizar atualmente atividades habitualmente desenvolvidas por instituições tradicionais de memória (como arquivos, biblitecas e museus). Quem são estes atores que hoje se encontram no contexto das práticas de memória? Quais são as ferramentas que abrem a possibilidade para tais atores se tornarem editores da memória?

O Colóquio Mussi 2018 proporcionará o debate de abordagens epistemológicas ou metodológicas inovadoras no âmbito de investigações empíricas. As pesquisas apresentam uma atenção especial às dimensões sociais, culturais e históricas, estas últimas ainda pouco investigadas.

Personnes connectées : 1